domingo, 14 de março de 2010

Princesinha


A pequena princesa está no topo do castelo em pequenino espaço que mal cabem suas pernas esticadas, chora incontidamente, o único espaço que lhe permite ter contato com a realidade externa é uma pequenina janela quase ao teto do quarto. E porque ela está presa? Não se sabe.
Os dias passam, e ao contrário do que narram as historias infantis e românticas, não há nenhuma trama armada para retirá-la do castelo que a aprisiona, então, por mais que não tenha forças e tenha medo, ela decide levanta-se, fraca ainda, consegue subir até a pequena janela e como não há espaço para de lá sair, então ela respira o ar mais intensamente que pode.
É o instante que se encontra com seu príncipe, tendo o último contato com o mais lívido momento de sanidade e tranqüilidade. Ela paira ainda no ar junto com seu príncipe, que se apresenta molecamente dizendo-lhe; “prazer meu nome é liberdade, estais pronta pra partir?”, desesperada ela consente e os dois saem juntos, não há mais preocupação, não há mais aperto nem sufoco, ela deixa a carcaça do seu corpo e sofrimento para traz, agora é apenas ela e o seu príncipe Liberdade caminhando juntos, apenas...

domingo, 7 de março de 2010

Cativando Questões



Somos responsáveis pelo que cativamos? Mas se o que cativamos não é cativado com a intenção que deveras possuímos? E se o objeto cativado se deixar cativar por qualquer atitude apenas com o intuito de nos colocar a responsabilidade de tê-lo cativado?
Uma outra questão não sai da minha cabeça. Porque sentimos dificuldade em cativar o objeto de desejo de “cativação”?

Ou seja, porque quase nunca conseguimos o objeto desejado? E quando esse objeto é conseguido queremos substituí-lo? Quando ainda não o temos, ele é belo, forte, perfeito, ausente de qualquer falha ou ponto fraco (que quando vemos uma falha, automaticamente, a transformamos em ponto forte).
Um dia me disseram que só conhecemos uma pessoa quando passamos a conviver com ela, mas na realidade, dizemos que a conhecemos como desculpa de, implicitamente, afirmar que não estamos mais tão interessados por que já passamos a possuí-la.

A posse mata a coisa, o cativar mata o livre arbítrio e o objeto inalcançável nos motiva a permanecer vivos.