quinta-feira, 19 de dezembro de 2013

nada

Aí percebemos que alguma coisa está diferente; nossa atenção se volta mais ao cansaço do que a alguma possível dor, desconforto afetivo, alegria e entusiasmo emocional. Aquela conversa não nos desperta mais o frio na barriga como antes. Aquela ansiedade de ver ou estar também desaparecem...
Parece que o tédio quer nos matar, mas os compromissos diários não nos deixa nem lembrar disso. Parece que nem para está entediado é possível.
É a falta tamponada pelo véu da correria diária.
Hoje lembrei que eu não tenho mais sentido; nem presença ou falta. Ultimamente não tenho sentido nada, nada... Acho que é o exato nada em que estou imensa.

quinta-feira, 31 de outubro de 2013

nem tudo pode ser dito

Aí a gente vai vivendo e pensando ser um grande conquistador por está indo bem...
Mas... Um nome te desmorona, a rotina que aproxima realidades faz nos questionar sobre a razão dos acontecimentos.

O pior sempre passa, mas deixa uma manchinha que não sai com toda lágrima, a esperança é que envelheça com o tempo e suma no pó.

falar sobre o que se sente nem sempre é possível!

sexta-feira, 31 de maio de 2013

Um dia...

     Um dia essa sensação quente de angústia e vazio no estômago irão passar, passará também o esforço para não associar situações à pessoas do passado e não mais perder alguns segundos olhando com foco para o nada. Pararei de repetir esse tipo de frase "tá tudo bem, não vamos lembrar disso agora", como forma de me conscientizar de que o pior já passou.
     Um dia as coisas ficarão mais leves e o meu sorriso será, verdadeiramente, um sorriso de alegria, e não mais por conveniência de expor que o tempo passou e que voltamos a normalidade de viver e sorrir. Um dia a saudade passa e essa vontade de não fazer mais nada na vida também, aí os pensamentos de que as coisas não tem sentido irão embora...
     Um dia eu lembrarei de tudo isso com um certo carinho, um toque de nostalgia e tranquilidade (por já ter passado), um dia eu não precisarei fingir que tudo é normal, que está tudo bem e de virar as costas estando remoída por dentro. Um dia sim, aí sim! Poderei dizer que vivi e aprendi, porque o que agora sinto não é vida, não é aprendizado, é a parte triste do cansaço do estudo.

sexta-feira, 24 de maio de 2013

Namorado

"Quem não tem namorado
Quem não tem namorado é alguém que tirou férias remuneradas de si mesmo. Namorado é a mais difícil das conquistas. Difícil porque namoro de verdade é muito raro. Necessita de adivinhação, de pele, de saliva, lágrima, nuvem, quindim, brisa ou filosofia.
Paquera, gabiru, flerte, caso, transa, envolvimento, até paixão é fácil. Mas, namorado, mesmo, é muito difícil. Namorado não precisa ser o mais bonito, mas aquele a quem se quer proteger e quando se chega ao lado dele a gente treme, sua frio e quase desmaia pedindo proteção. A proteção dele não precisa ser parruda, decidida ou bandoleira: basta um olhar de compreensão ou mesmo de aflição. Quem não tem namorado, não é que não tem um amor: é quem não sabe o gosto de namorar. Se você tem pretendentes, dois paqueras, um envolvimento e dois amantes, mesmo assim pode não ter um namorado.
Não tem namorado quem não sabe o gosto da chuva, cinema, sessão das duas, medo do pai, sanduíche de padaria ou drible no trabalho. Não tem namorado quem transa sem carinho, quem se acaricia sem vontade de virar sorvete ou lagartixa é quem ama sem alegria. Não tem namorado quem faz pacto de amor apenas com a infelicidade. Namorar é fazer pactos com a felicidade ainda que rápida, escondida, fugida ou impossível de durar.
Não tem namorado quem não sabe o valor de mãos dadas: de carinho escondido na hora em que passa o filme: de flor catada no muro e entregue de repente, de poesia de Fernando Pessoa, Vinícius de Moraes ou Chico Buarque lida bem devagar, de gargalhada quando fala junto ou descobre a meia rasgada; de ânsia enorme de viajar junto para a Escócia ou mesmo de metrô, bonde, nuvem, cavalo alado, tapete mágico ou foguete interplanetário.
Não tem namorado quem não gosta de dormir agarrado, fazer cesta abraçado, fazer compra junto. Não tem namorado quem não gosta de falar do próprio amor, nem de ficar horas e horas olhando o mistério do outro dentro dos olhos dele, abobalhados de alegria pela lucidez do amor. Não tem namorado quem não redescobre a criança própria e a do amado e sai com ela para parques, fliperamas, beira d'agua, show do Milton Nascimento, bosques enluarados, ruas de sonhos e musical da Metro.
Não tem namorado quem não tem música secreta com ele, quem não dedica livros, quem não recorta artigos, quem não chateia com o fato de o seu bem ser paquerado. Não tem namorado quem ama sem gostar; quem gosta sem curtir; quem curte sem aprofundar. Não tem namorado quem nunca sentiu o gosto de ser lembrado de repente no fim de semana, na madrugada ou meio-dia de sol em plena praia cheia de rivais. Não tem namorado quem ama sem se dedicar; quem namora sem brincar; quem vive cheio de obrigações; quem faz sexo sem esperar o outro ir junto com ele. Não tem namorado quem confunde solidão com ficar sozinho e em paz. Não tem namorado quem não fala sozinho, não ri de si mesmo, e quem tem medo de ser afetivo. Se você não tem namorado porque não descobriu que o amor é alegre e você vive pesando duzentos quilos de grilos e de medo, ponha a saia mais leve, aquela de chita, e passeie de mãos dadas com o ar. Enfeite-se com margaridas e ternuras, e escove a alma com leves fricções de esperança. De alma escovada, e coração estouvado, saia do quintal de si mesmo e descubra o próprio jardim. Acorde com gosto de caqui e sorria lírios para quem passe debaixo da janela.Ponha intenções de quermesse em seus olhos e beba licor de contos de fada. Ande como se o chão estivesse repleto de sons de flauta e do céu descesse uma névoa de borboletas, cada qual trazendo uma pérola falante a dizer frases sutis e palavras de galanteira: Se você não tem namorado é porque ainda não enlouqueceu aquele pouquinho necessário a fazer a vida parar e de repente parecer que faz sentido. Enlou-cresça."


(Artur da Távola, em: Amor a sim mesmo)


quinta-feira, 2 de maio de 2013

Vômito

Não, não era... E mesmo se fosse, de que adianta querer compreender o que haveria se tivesse sido?
O que se pode falar do fadado, com a mais completa exatidão de como, onde e quando, ao fim.
Minha mão que era firme e segura, agarrava com toda a sua esperança algo que não existia, mas de repente ela ficou cansada e permitiu que o nada que lá havia fosse exposto. Foi assim, eu abri a mão. Por que abri a mão? Pergunta que me faço todos os dias que essa dor me corta por dentro. Foi o cansaço, a percepção de que não valia a pena, foi bom quando senti o seu desespero pela permanência. Mas eu desisti...
De mim, de ti, de nós.
Desisti e hoje vejo que poderia ter persistido, "poderias" que surgem em minha mente em dias assim. A dor não é possível, ela é real.
Todos os dias conviver com as decisões, sejam elas quais forem, e as consequências delas.
Não sei...
Agora é seguir em frente, coletar todo meu sentimento e restante de mim, e... Ficar feliz, pelas coisas boas que acontecem do outro lado. Do lado de cá, não. Definitivamente não ocorrem. Quem sabe ficando feliz por ti, eu fique feliz pelo menos um pouco. Por enquanto...

É o de hoje: http://www.youtube.com/watch?feature=player_embedded&v=xF8DIMLZUCI

quarta-feira, 16 de janeiro de 2013

Espinhos


Um corpo fragilizado jogado em meio aos espinhos, parece ser cruel, não é? No entanto é necessário, cada espinho cravado no corpo, é uma lembrança de tristeza... Cada movimento desse corpo são mais e mais espinhos que ficam cravados em sua pele.
Assim é a vida, esse espaço cheio de espinhos que nos machucam diariamente, nós só precisamos nos recuperar e procurar os espaços que menos nos machuque... A ferida que esses espinhos causam é reversível, são cicatrizes importantes no futuro, só que precisam se tornar cicatrizes, e não ferida a vida toda.