domingo, 7 de março de 2010

Cativando Questões



Somos responsáveis pelo que cativamos? Mas se o que cativamos não é cativado com a intenção que deveras possuímos? E se o objeto cativado se deixar cativar por qualquer atitude apenas com o intuito de nos colocar a responsabilidade de tê-lo cativado?
Uma outra questão não sai da minha cabeça. Porque sentimos dificuldade em cativar o objeto de desejo de “cativação”?

Ou seja, porque quase nunca conseguimos o objeto desejado? E quando esse objeto é conseguido queremos substituí-lo? Quando ainda não o temos, ele é belo, forte, perfeito, ausente de qualquer falha ou ponto fraco (que quando vemos uma falha, automaticamente, a transformamos em ponto forte).
Um dia me disseram que só conhecemos uma pessoa quando passamos a conviver com ela, mas na realidade, dizemos que a conhecemos como desculpa de, implicitamente, afirmar que não estamos mais tão interessados por que já passamos a possuí-la.

A posse mata a coisa, o cativar mata o livre arbítrio e o objeto inalcançável nos motiva a permanecer vivos.

5 comentários:

  1. Não lembro quem é o autor da frase: "És eternamente responsável por aquilo que cativas...", só sei que não concordo!
    A gente não tem como saber quando, por quê ou como estamos cativando alguém, no máximo já percebemos quando já tem se realizado...
    Concordo quanto a dificuldade com possuir o objeto de desejo. E ainda digo mais, acredito estarmos falando da mesma coisa!

    Finalizou com perfeição! Excelente frase

    ;*

    Linda! (F)

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  2. Eita que ela ta virando profissional!

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  3. "Quando ainda não o temos, ele é belo, forte, perfeito, ausente de qualquer falha ou ponto fraco"

    Talvez pelo fato de ainda não os termos, não conheçamos como realmente são. Quando estamos obcecados em conquistar o tal objeto, não paramos pra pensar nos inconvenientes que seus defeitos causariam. A partir do momento que já temos o que queremos, vem o tempo e com ele, as falhas - daí querermos substituí-lo após termos conseguido conquistá-lo. Isso se tais defeitos forem maiores que o seu sentimento.

    "E se o objeto cativado se deixar cativar por qualquer atitude apenas com o intuito de nos colocar a responsabilidade de tê-lo cativado?"

    Aí é um problema. Já aconteceu comigo. Percebi a MÁ intenção da pessoa. O que eu fiz? Saí pela tangente enquanto pude. Quando não deu mais, deixei claro que eu não poderia oferecer o suporte que essa pessoa precisava.

    "Um dia me disseram que só conhecemos uma pessoa quando passamos a conviver com ela, mas na realidade, dizemos que a conhecemos como desculpa de, implicitamente, afirmar que não estamos mais tão interessados por que já passamos a possuí-la."

    Eu poderia pegar esse trecho e a partir dele fazer um post chamado "Monólogos de uma mente possessiva".
    Descartar alguém usando a desculpa de que fez isso após ter passado a conviver com essa pessoa, quando na verdade perdeu o interesse apenas por que satisfez o desejo de já tê-la possuído, é uma atitude no mínimo mesquinha – fútil capricho! Se as pessoas descartassem seus objetos de desejo após a união, casamento não existiria mais.

    Acho que as respostas para essas questões estão no confronto entre desses dois termos: Sentimento X Capricho. Até que ponto há verdade naquilo que se sente?

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