domingo, 5 de junho de 2016

A saudade não tem prazo de validade


Eu não sei qual a razão dessa vivência de reminiscências tão antigas e inalcançáveis que numa hora dessas nos abate... É como se na vida a gente já tivesse sido feliz e não o é mais, as coisas ficam pálidas e paradas, e nossa vontade é de externalizar o tom de vermelho, ou mesmo o roxo que sentimos por dentro, porque por dentro tudo dói. Doem as lembranças, as sensações, as levezas que foram embora, e dói o que ficou. Dá uma vontade enorme de gritar e querer tudo de novo, não somente querer, mas exigir que tudo volte. Que volte o meu sorriso, a minha esperança, a minha ingenuidade e fé que as coisas fossem sempre daquele jeito, felizes. Infelizmente, mas não foram.
Sabe o que é ruim da saudade? É que ela não tem prazo de validade, a gente pode sentir a qualquer momento, e podemos sentir de pessoas, de vivências e até de nós mesmos em outros tempos. Eu lembro que eu era mais suave, mais doce e entusiasmada com a vida, hoje não... Acho que morri naquele período e não reconheci que havia morrido, e tenho seguido com um corpo amargo em completa putrefação desde então. Tem sido difícil, pois o peso foi maior hoje. E tudo que eu queria era voltar e ver aquele nascer de sol (que não apareceu por causa das nuvens escuras que insistiram em ficar cobrindo o sol rs) e mar, naquele dia, naquela ocasião (lembro que isso causou decepção, porque era um evento que alguém havia preparado para me mostrar de tão especial), com aquela mesma sensação: de paz, tranquilidade e certeza de que tudo continuaria bem (como eu sinto falta dessa sensação!!!). 
♫ Descansar desse dom de viver só pras lembranças, por não ter mais nada pra guardar...


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