sexta-feira, 25 de novembro de 2016

Tríade da Falta



Sobre a falta I

Quando a estagnação surge após o movimento
É desolador.
Não se sabe exatamente onde foi o erro
Ou se eu fui o erro

Eu digo a mim mesma que já me acostumei
Mas aquele vazio por dentro eu não me acostumo
O choro antes de dormir
E o sinal mais clássico vem quando digo:
“Eu queria que dessa vez desse certo”

Preciso me encontrar, preciso somente caminhar
Não querer e precisar de uma sombra junto a mim
Uma mão para me segurar
Preciso querer não mais parar

É se tua ausência for a única permanência que eu tenha
A guardarei com carinho
Registrando a sorte de te ter um pouco ao menos.

Sobre a falta II

Sim, eu senti.
Foi perfume tuas palavras
Foram cores suaves seus “humores”

Foram toques delicados em pele sensível os teus dedilhados
Foi coração acelerado sua ansiedade

Em mim foram lágrimas as tuas dores
Foram angústias minhas esperas de ti

Mas foi clarão ao te ver
Foi a mais pura e singela certeza
Quando você sorriu.

Sobre a falta III – A angústia

Sabe aquela angústia? Ela voltou!
Ela sabe como entrar, tem até chave própria
Ela se sente à vontade em mim, tem acesso fácil.
Parece que meu corpo é aberto para ela

E quanto a mim? Fico confusa
Fico cheia de dor

E quando ela entra eu fico inquieta
Sem sono, apetite e alegria

A angústia sabe me ferir
Porque ela já sabe de todos os meus pontos fracos
Ela chega cortando, sangrando
E o pior, ela tira tudo de mim

Me deixa com um buraco no peito
E dói! E dói... Como dói.
E hoje ela me deixou em frangalhos.



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